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A amizade é um sentimento que se estabelece entre os racionais com mais ou menos facilidade; com os ditos irracionais é ainda mais fácil fazê-lo, pois estes seres são puros e leais, condição essencial para desencadear este sentimento.
Conheço o Mike desde que me mudei para muito perto da vivenda onde ele vive com os donos, ainda muito pequeno quando vinha despedir-se ao portão do dono pela manhã, achei muita graça e comecei a passar por lá para o mimar e, de vez em quando, levar-lhe uma guloseima.
A nossa ligação tinha começado. É um belíssimo exemplar, mistura de cão pastor com Castro Laboreiro, muito simpático, o que lhe vale a simpatia de quase toda a gente que passa no seu portão.
Todos os dias, depois de almoço e de tomar o meu café, lá vou eu cumprimentar o meu amigo, mal chego ao portão e o chamo ele vem a correr vai para as grades, dá-me imensas lambidelas e depois coloca-se de maneira a que possa fazer-lhe festas no dorso, assim permanecendo durante alguns instantes.
Esta rotina repete-se e, quando por qualquer razão não o encontro, o meu dia não é o mesmo. Os amigos são mesmo o melhor que há na vida, e estes nunca nos traem ou desprezam, são incondicionais no seu amor.

Lembro-me perfeitamente da sensação experimentada naquele dia 6 de Agosto de 1966, quando a ponte Salazar, depois 25 de Abril, foi inaugurada. Foram umas horas largas que passamos com o ouvido colado ao aparelho de rádio, pois naquela altura ainda não havia televisão. O seu arquiteto,  Ray M. Boynton, projetou uma obra de engenharia muito arrojada e elogiada na época.

Volvidos 50 anos, e marcando essa efeméride, vai dar-se o arranque do futuro Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril – Experiência Pilar 7, um projeto turístico e cultural.
O novo Centro  permitirá a todos os visitantes uma descoberta única da Ponte 25 de Abril. Através  de um elevador, sobe-se a um miradouro panorâmico que será construído à altura do tabuleiro da ponte e que permitirá uma vista inédita e privilegiada sobre a cidade de Lisboa, em particular sobre a zona de Belém e o rio Tejo. Este projeto será implementado no pilar 7 da Ponte 25 de Abril, junto à Avenida da Índia, em Alcântara.
Todos os  visitantes podem descobrir um pouco da história do projeto em grandes discos de informação que marcarão presença no chão. Também no piso 0, haverá uma  loja, espaço de visita virtual e photobooth.
O edifício de controlo de entradas será dotado com equipamentos de segurança e dará acesso ao maciço central, onde o visitante terá oportunidade de ‘viajar’ ao longo de 300 mil m3 de betão e fará a ligação à sala dos trabalhadores. Aqui, far-se-ão projeções 360º sobre a construção da ponte numa maquete suspensa envolta num ambiente luminoso de água.
Será nesta sala que se fará o acesso ao elevador que levará os visitantes às salas superiores do maciço, nomeadamente à sala de amarração dos cabos de suspensão da ponte e a uma outra sala com o chão e teto em espelhos, onde é criada a sensação de vertigem da escalada vertical da Ponte 25 de Abril.

Por fim, o visitante chegará ao miradouro com vista panorâmica, um dos elementos de atração principal do projeto onde, à semelhança de outras estruturas mundialmente conhecidas, como a Golden Gate Bridge, na Califórnia, Harbour Bridge, em Sydney, ou a Tower Bridge, em Londres, se viverá uma das mais fantásticas experiências, já em 2017, espera-se.