Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Vou recordar com saudade alguns cafés antigos no Porto, que foram referência na minha infância e juventude.
O Palladium, situado em plena baixa, no cruzamento da rua de Santa Catarina e Passos Manuel, era o local escolhido para nas noites de festival da canção, assistirmos à efeméride que era essa transmissão pondo toda a gente de olhos postos na televisão. Como pouca gente tinha aparelhos em casa, era nos cafés que se reuniam.
À entrada do café havia umas arcadas, propícias a que os rapazes aí se juntassem e ver as moças que por ali passavam e dirigir-lhes amáveis piropos, fui uma das visadas quando menina e moça.
Antes de ser café, os famosos Armazéns Nascimento, que vendiam mobiliário e materiais de decoração, estavam ali sediados.
A sua arquitetura era Art Deco, e quem concebeu a obra foi Mário Abreu.
No res-dochão,ficava o café, uma belíssima sala de chá e restaurante;
No 1ºandar havia uma sala de jogo de vasa;
No 2º andar ficava o salão de bilhares;
e no 3º um cabaré.
Os andares eram ligados por uma bela e imponente escadaria. Foi o primeiro edifício a utilizar betão armado.
Inaugurado em Dezembro de 1944 O Rialto foi concebido pelo arquiteto do cinema Batalha, Artur Andrade. Com murais de Abel Salazar, Dórdio Gomes e Guilherme Camarinha, ali se reunia gente da cultura, arte e literatura.
Entre os décadas de 50 e 60 era o local eleito para reuniões de poetas e contestatários ao regime instituído como José Augusto Seabra.
Em 1972 foi vendido ao Banco Millennium BCP, que ainda conserva dois frescos.
A Brasileira situado na Rua Sá da Bandeira, obra do arquiteto Francisco de Oliveira Ferreira, tem uma fachada, com o magnífico pára-sol de ferro e vidro, e um interior deslumbrante, em que sobressaem os cristais, os mármores e o mobiliário de couro gravado. A sala pequena do café foi mais tarde separada e explorada pela multinacional Caffè di Roma. O restante espaço esteve encerrado durante vários anos, reabrindo como restaurante, mais tarde, e fechado de novo.
Desde o início de 2013, foi reclamado pelo BPI por causa de uma dívida do proprietário do edifício.
Atualmente é propriedade de António Oliveira, antigo treinador da Selecção Portuguesa de Futebol e correm rumores de que será um futuro hotel.
Café Ceuta aberto em1953, obra de Carlos Neves fica na Rua de Ceuta e toda a decoração é alusiva à conquista de Ceuta, em grandes painéis.
É o únco a funcionar hoje em dia, e antigamente era frequentado por deputados e Francisco Sá Carneiro e seus familiares.
Mais um momento de nostalgia...