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António Carvalho da Silva foi um pintor português que mais tarde adotou para apelido o nome da sua cidade natal, ficando conhecido por Silva Porto, nasceu a 11 de novembro de 1850 na sua cidade e faleceu em Lisboa a 11 de junho de 1893.
Figura notável da pintura naturalista portuguesa do século XIX, Silva Porto deixou-nos uma obra onde o homem e a natureza se encontram, numa relação marcada pelo sentimentalismo e verdade da vida do campo.
Portugal em meados do século XIX vivia uma grande instabilidade política. A industrialização tardava em arrancar, não havendo comparações com a Europa e, por isso, o país vivia um irremediável atraso face às novidades vindas do estrangeiro.
Em Paris, entretanto, vivia-se uma rebelião, conduzida pelos pintores de Barbizon, contra o academismo vigente nas artes. Estes artistas reivindicavam uma prática de pintura que aproximasse o homem à natureza.
Em 1870 António Carvalho da Silva Porto chegou a Paris para estudar pintura. Desde logo influenciado pelo realismo, começou a pintar ao livre embrenhando-se nas florestas e bosques. Finda a aprendizagem e depois de uma passagem por Itália, onde aproveitou para acentuar o seu interesse pelos motivos folclóricos e os ciclos da natureza, regressaria ao Porto em 1879.
Em Portugal, não existia uma tradição pictórica da paisagem, motivo pelo qual a sua obra representando uma novidade estética foi muito bem recebida.
Nascido e educado num país que permanecia indeciso entre o desafio do progresso e o conforto da tradição, Silva Porto limitou-se a abraçar a segurança da vida provinciana como o próprio Eça de Queiroz, no fim da sua vida optou pelo mesmo caminho.
Na maioria das suas pinturas reconhecemos, de forma imediata, um comovente amor à gente rústica, aos seus momentos, tarefas ou até à função que ela deteria no contexto da ordem social do século XIX. Silva Porto possuía uma fé infinita na terra e na natureza. Foi o que determinaria a sua vida e obra e que vemos hoje refletida nas telas da sua autoria.