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Depois de ter estado encerrado durante sete anos, o cinema Batalha que faz parte o meu imaginário de sempre, que frequentava com bastante assiduidade, onde vi tanto cinema, irá reabrir com as funções de Cinemateca com novas salas para exibir filmes e espaços de exposições, de estudo e investigação da cinematografia. Foi inaugurado em 1947, constituído por dois auditórios, dois bares e um restaurante com esplanada, no mesmo local onde antes existia o novo cinema High-Life, criado em 1908, que, por sua vez, vinha substituir outro local o Salão High-Life, criado em 1906 no Jardim da Cordoaria, também com um passado cinematográfico; uma barraca para mostrar “fitas animadas” numa feira que ficava na atual Rotunda da Boavista. Em 1947 foi transformado pelo arquiteto Artur Andrade no cinema Batalha
Fechou em 2000 tendo reaberto ao público em 2006, com diversas valências bar, restaurante, sala de espetáculos , e Sala Bebé com pouco mais de 100 cadeiras.
Em 2012 foi classificado como monumento de interesse público.
Com o Batalha a funcionar novamente, o Rivoli vai libertar-se da área do cinema e dar mais espaço a artes como o teatro ou a dança.
O Batalha foi o primeiro edifício no Porto com uma arquitetura modernista, com um baixo relevo de Américo Soares Braga na sua fachada, alvo de alguma censura.
Uma mais valia para a Invicta na área da cultura.
Nasci nos anos 40, apanhei portanto duas décadas consideradas de ouro, em que tudo era glamoroso, embora tudo que era tecnologia nos fosse vedado. Tudo que era novidade chegava via EUA, e Europa, alguns países apenas. Se queríamos uma novidade musical ou literária, uma tecnologia nova, era por intermédio de alguém que as fizesse chegar do estrangeiro.
Paris era, sem dúvida alguma, o palco onde tudo se desenrolava. Yves Montand, que tão bem cantou o amor, estreia-se em Paris. Grandes costureiros apresentavam os seus modelos que deliciavam as mulheres quando as observavam em revistas de moda, lembro o Jours de France, Elle, Paris Match.
Na política, Charles de Gaulle é nomeado comandante chefe das forças da França libertada.
Jean-Paul Sartre estreia em Paris, a peça Entre Quatro Paredes com grande êxito.
No dia 6 de junho de 1944 (chamado de Dia D), cerca de 155 mil soldados, com o apoio de 600 navios e milhares de aviões, desembarcaram na costa da Normandia, abrindo uma nova frente de guerra no oeste.
É eleito, pela quarta vez consecutiva, Franklin Roosevelt, como presidente dos Estados Unidos.
Os anos 60 foram vividos em minha plena juventude, que foi muito feliz, e dela guardo muito boas memórias.
A década de 1960 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60; a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda.
Na primeira etapa da década de 60, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos. É ilustrativo que os Beatles, banda que existiu durante toda a década de 60, tenha trocado as doces melodias de seus primeiros discos pela excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas. "I want to hold your hand" é o espírito da primeira metade dos anos 60. "A day in the life", o espírito da segunda metade.
Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à Guerra Fria e à Guerra do Vietnam e o racionalismo. Esse movimento foi chamado de contracultura. Tem início a descolonização da África com a gradual independência das antigas colónias.
Esta década começou com uma grande prosperidade dos países ricos, houve uma explosão do consumo, 90% dos americanos tinham televisão em 1960 e uma em cada 3 famílias inglesas tinha automóvel em 1959.
Tem início o uso da informática para fins comerciais, embora ainda não de forma massificada.
Em 1964 a IBM lança o circuito integrado, ou chip e surge a Arpanet, o embrião do que viria a ser a Internet.
Yuri Gagarin é o primeiro homem a ser enviado para o espaço em 1961. Em 1966 os soviéticos enviam um robot para a lua. Em 1969, Neil Armstrong pisa a lua pela primeira vez. Foi o delírio total com a bandeira americana a ser hasteada no solo lunar.
Na música, os Beatles comandam a Invasão Britânica, no rock, seguidos por os Rolling Stones, The Who, entre outros.
Surge também a música de protesto, com Bob Dylan, Joan Baez, Peter, Paul and Mary, nos primeiros anos da década.
O Rock ganha crescente popularidade no mundo, associando-se ao final da década à rebeldia política.
Na música erudita, começa desenvolver-se o minimalismo, a partir das obras de Philip Glass.
Em 1964 chega ao écran o primeiro filme dos Beatles, A Hard Day's Night.
Os Beatles fazem um show histórico no Shea Stadium, em 1965. Eram cerca de 55.000 pessoas.
No mesmo ano, a grande Elis Regina interpreta Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, e com isso surge a MPB, ou Música Popular Brasileira. Outros nomes grandes eram ouvidos, como o ainda "Rei" da música brasileira, Roberto Carlos, Maria Bethânia, Chico Buarque que se revela com a canção a Banda em 1966, interpretada no Festival de Música Popular Brasileira por Nara Leão.
Ainda em 1966 os Beatles anunciam que não fariam mais shows ao vivo, pois os arranjos das canções possuíam um grau de complexidade muito elevado, dificultando a execução das canções ao vivo, além da histeria das fãs que impossibilitava o público de ouvir o que tocavam.
Em 1966, o grupo The Jackson 5 é formado pelos irmãos da família Jackson, o grupo não faz sucesso na década de 60, estourando apenas na década de 1970, mas foi o grupo que lançou Michael Jackson na carreira musical, quando o mesmo ainda era uma criança.
Em 1967 surge o Movimento Tropicália, com Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Em 1967 os Beatles lançam aquele que é considerado o melhor álbum da história: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. O álbum foi um dos discos mais vendidos da história e tido como o mais influente.
Ainda em 1967, surge o primeiro festival de rock Festival Pop de Monterey, na California. Organizado por Lou Adler, John Phillips (The Mamas & The Papas) e Derek Taylor o festival foi a estreia de The Jimi Hendrix Experience, com Jimi Hendrix; Big Brother and the Holding Company, com Janis Joplin e Otis Redding.
A banda The Doors lança seu primeiro álbum: The Doors, que incluía a música "Light my Fire", o maior sucesso do grupo.
Em 1968, Elvis lança o especial de TV, Elvis NBC TV Special, que fez muito sucesso.
Em janeiro de 1969, a banda The Beatles dá sua última performance pública, no telhado da Apple Records. A polícia interrompeu a performance, mas o show ficou na história.
Em 1969 tem lugar o Festival de Woodstock, nos Estados Unidos, com apresentações ao vivo de Jimi Hendrix, Creedence Clearwater Revival, The Who, Sly and Family Stone, Carlos Santana, entre outros lendários do rock clássico.O festival tornou-se o símbolo da união entre rock, paz e amor. Make love not War era o lema dos jovens se reuniam para desfrutar de três dias de paz,amor e música.
Também em 1969, a banda The Doors lança o álbum The Soft Parade,com canções como Touch me.
Em março de 1969, John Lennon e Yoko Ono realizaram o primeiro "Bed-in for Peace" no hotel Hilton em Amsterdam, nos Países Baixos. "Bed-ins" eram conferências de imprensa em favor da paz, realizados em uma cama de hotel. Essas conferências ficaram famosas no mundo inteiro,como um dos símbolos da luta pela Paz.
Começam as transmissões de televisão a cores.
Por fim, lembro filmes que me marcaram e fazem parte do meu imaginário cinematográfico, que na altura era muito presente na minha vida, assistindo a todas as estreias de filmes.
A Bout de Souffle de Jean-Luc Godard, com a bela Jean Seberg, atriz que se tornaria ícone de beleza da década (1959).
La Dolce Vita de Federico Fellini, com Anouk Aimée, Anita Ekberg e Marcello Mastroianni, um clássico.
Brigitte Bardot reina como o maior símbolo sexual da década, lembro "E Deus criou a Mulher", sem dúvida o mais visto.
Breakfast at Tiffany's com a bela Audrey Hepburn. O figurino para o filme é do estilista francês Givenchy.
O Pagador de Promessas, recebe a Palma de Ouro do Festival Internacional de Cannes. É a primeira vez que um filme brasileiro ganha o prémio máximo do festival.
A série de filmes de James Bond, o espião 007, das novelas de Ian Fleming. O primeiro é Dr. No, com Ursula Andress, que protagoniza a célebre cena usando um biquíni branco saindo do mar.
Blowup, de Michelangelo Antonioni, com Jane Birkin e Veruska é um filme cheio de referências dos anos 60.
Nesse ano também, The Graduate, ao som de Mrs Robinson, entre outros sucessos de Simon & Garfunkel, Dustin Hoffman vive um jovem universitário que se envolve com uma mulher mais velha.
Belle de jour, um filme de Luis Buñuel, com Catherine Deneuve.
A atriz Jane Fonda é Barbarella, a sensual heroína espacial do filme de Roger Vadim.
Easy Rider é um dos filmes mais vigorosos dos anos 60, de Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern, estrelando os próprios, Fonda e Hopper, e Jack Nicholson. O filme critica a intolerância e a vulgaridade da sociedade americana.
Julgo não haver dúvidas de que as décadas de 40 e 60 fazem jus ao epíteto dado de anos de ouro, eu subscrevo na totalidade.
Chita é um tecido de algodão barato e de pouca qualidade, estampado com cores fortes, geralmente florais, e tramas simples. As estamparia é feita sobre o tecido conhecido como morim.
As características principais são cores primárias e secundárias em massas chapadas que cobrem totalmente a trama, tons vivos, grafite delineando os desenhos, e a predominância de uma cor. As cores intensas servem, não só para embelezar o tecido, mas também para disfarçar irregularidades, como eventuais aberturas e imperfeições.
O nome chita vem do sânscrito chintz, surgiu na Índia medieval e conquistou europeus, antes de se implantar no Brasil. Com o fim da guerra , a chita continuava a vestir os trabalhadores braçais e os moradores das regiões rurais, sendo o pano característico das festas populares.
Recordo com alguma nostalgia o tempo dos concursos de vestidos de chita que via frequentemente no teatro ao ar livre do Palácio de Cristal, em noites de verão, em que o calor imperava e muita gente acorria ao evento. As revistas femininas da época ditavam a moda que nos chegava de Paris e ensinavam o comportamento feminino ideal; a mulher era a fada do lar com aptidões para se tornar a submissa dona de casa, como era suposto acontecer naquela época.
O concurso era patrocinado pór um jornal da cidade e com toda a projeção que este evento alcançava, as costureiras que nele participavam com modelos muito originais e de grande criatividade, viam o resultado do seu trabalho completamente recompensado ao ser mostrado a milhares de pessoas que adoravam o desfile. Os modelos iam de trajes de passeio até vestidos de cerimónia e de noiva.
Tempos felizes esses, em que passávamos horas agradáveis sem dispender muito dinheiro e a alegria era nota dominante.
La Bohème
Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue
La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux
Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver
La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie
Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'assayait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie
La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps
Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts
La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
Se eu voar sem saber onde vou
se eu andar sem conhecer quem sou
se eu falar e a voz soar com a manhã
eu sei...
(chorus)
se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
só Deus sabe o que virá
só Deus sabe o que será
não há outro que conhece
tudo o que acontece em mim
se a tristeza é mais profunda que a dor
se este dia já não tem sabor
e no pensar que tudo isto já pensei
eu sei...
(chorus)
se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
na incerteza de saber
o que fazer, o que querer
mesmo sem nunca pensar
que um dia o vá expressar
não há outro que conhece
tudo o que acontece em mim
A Estrada da Circunvalação é uma via fundamental para a cidade do Porto. Na maior parte do seu percurso serve de fronteira terrestre entre o Porto e os concelhos de Matosinhos, Maia e Gondomar com a designação oficial de EN12, sendo considerada a mais perigosa do país, onde se registam inúmeros acidentes com vítimas.
O Porto está cercado, exceto na parte oriental, por uma estrada dupla, a Estrada da Circunvalação que tem uma origem e traçado militares; a placa central era originalmente um fosso, com 2 a 3 metros de profundidade, e com postos de sentinela a cada 150 metros.
Construída no séc. XIX, servia como barreira alfandegária, para taxação dos bens de consumo que entravam no Porto. Existiam ao longo dela, nas estradas de acesso à cidade, 13 edifícios onde os funcionários da Coroa, do Bispado e do Município estavam instalados e cobravam as taxas que se destinavam a financiar as obras de abastecimento de água às cidades, e finalmente da extinção, em 1943, dos impostos municipais indirectos. Hoje em dia éxistem ainda alguns desses edifícios, como o do Viso, da Vilarinha, da Preciosa e Vila Cova.
Acabou assim um sistema tributário com cerca de 800 anos, progressivamente substituído por um tipo de imposto que se vai vulgarizando universalmente, o IVA. Estes edifícios são as testemunhas silenciosas desse período.
Este tipo de portagens, ou cobrança de imposto, faziam-se por Portugal inteiro, a que chamavam o Real de Água; esta designação foi aplicada pela primeira vez a um tributo pago pelos moradores da cidade de Elvas, para a construção da grande arcaria que levava a água à cidade. Mais tarde, idêntica denominação generalizou-se ao imposto sobre a carne, peixe e o vinho, a que em ocasiões de crise se recorreu em diversas terras do País.
A Circunvalção atravessa o Monte dos Burgos, zona dormitório e muito populacional. Burgo provem da fusão de palavras gregas e germânicas que significam, pequeno castelo e praça fortificada, respetivamente. O termo surge em Portugal vindo de França, no sentido de arrabalde ou lugar pequeno, junto de uma cidade, vila, mosteiro ou catedral. Aparece ainda com outras formas, como Burgo, Burgueiros, Burguesia, Burgueta ou Burguetoiras, mas poderá ter uma outra origem, muito mais simples e lógica, sendo que burgo é nome popular atribuído aos seixos que existem em grande quantidade no leito e nas margens do vizinho rio Leça.
Quem é de Braga, conhece bem a estrada mágica do Bom Jesus do Monte, nas traseiras do santuário. Trata-se de uma pequena rampa que liga o Parque do Bom Jesus à estrada nacional que nos leva de volta à cidade ou em direção ao Sameiro, mas não é uma estrada igual às outras, pois os carros sobem quando deviam descer e assistimos a expressões de estupefação nas caras dos condutores em particular e de forma geral a toda a gente que por lá passa e põem à prova a “magia" da situação. Imaginem-se a descer uma estrada e, quando põem o pé na embraiagem e deixam o carro em ponto morto, ele descai para a retaguarda, em vez de rolar levemente no sentido para que está virado. É de deixar qualquer um pasmado com tal fenómeno, neste local carismático havendo justificações esotéricas a tal respeito, mas que a crua verdade a que a ciência nos submete de forma constante deita por terra.
Na verdade, há uma explicação física, bastante lógica e até simplista, há uma perceção de inclinação negativa – a ideia de estarmos a descer para uma zona mais baixa – que nos é dada pelo facto da rampa desembocar numa estrada cuja inclinação é bastante acentuada. O que de facto sucede é que a rampa está inclinada positivamente, ou seja, a subir para uma zona onde desemboca com outra estrada com ainda maior inclinação positiva. Como elas estão em paralelo e a inclinação de uma é bem maior que a outra, cria-se a ilusão de que estamos a descer até ao cruzamento, quando na verdade estamos a subir na sua direção.
São duas estradas que estão a descer, esta desce muito mais do que a outra e como a referência é esta, estão ambas a descer, mas com declives diferentes.
Como antiga residente em Braga, vivi e verifiquei in loco esta mágica experiência.
Numa época em que as redes sociais, o YouTube e o Spotify ocupam o tempo de quase todos nós, congratulo-me por a rádio manter o seu espaço e os seus ouvintes, onde me incluo.
Companhia permanente das pessoas da minha geração, em que os folhetins tinham lugar cimeiro, a par com o teatro, onde atores e atrizes de primeira linha participavam, como era o caso de Carmen Dolores, Rui de Carvalho, Álvaro Benamor, entre muitos outros e nos deliciavam os ouvidos, literalmente falando.
Não posso deixar de lembrar os Parodiantes de Lisboa, Voz dos Ridículos que, de certa forma, foram os percursores da standy up comedy e nos deliciavam com as suas piadas e alguma brejeirice, aos domingos à hora do almoço.
Recordo ainda de ver os homens agarrados ao transistor para não perder pitada dos jogos de futebol que se disputavam.
A todos os profissionais da rádio que continuam a exercer a sua atividade aqui fica o meu agradecimento e a minha vénia pela perseverança e amor à carreira, apesar das dificuldades inerentes às modernices do nosso tempo.