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Quem é de Braga, conhece bem a estrada mágica do Bom Jesus do Monte, nas traseiras do santuário. Trata-se de uma pequena rampa que liga o Parque do Bom Jesus à estrada nacional que nos leva de volta à cidade ou em direção ao Sameiro, mas não é uma estrada igual às outras, pois os carros sobem quando deviam descer e assistimos a expressões de estupefação nas caras dos condutores em particular e de forma geral a toda a gente que por lá passa e põem à prova a “magia" da situação. Imaginem-se a descer uma estrada e, quando põem o pé na embraiagem e deixam o carro em ponto morto, ele descai para a retaguarda, em vez de rolar levemente no sentido para que está virado. É de deixar qualquer um pasmado com tal fenómeno, neste local carismático havendo justificações esotéricas a tal respeito, mas que a crua verdade a que a ciência nos submete de forma constante deita por terra.
Na verdade, há uma explicação física, bastante lógica e até simplista, há uma perceção de inclinação negativa – a ideia de estarmos a descer para uma zona mais baixa – que nos é dada pelo facto da rampa desembocar numa estrada cuja inclinação é bastante acentuada. O que de facto sucede é que a rampa está inclinada positivamente, ou seja, a subir para uma zona onde desemboca com outra estrada com ainda maior inclinação positiva. Como elas estão em paralelo e a inclinação de uma é bem maior que a outra, cria-se a ilusão de que estamos a descer até ao cruzamento, quando na verdade estamos a subir na sua direção.
São duas estradas que estão a descer, esta desce muito mais do que a outra e como a referência é esta, estão ambas a descer, mas com declives diferentes.
Como antiga residente em Braga, vivi e verifiquei in loco esta mágica experiência.