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Depois de três meses de tratamentos a ferimentos vários, um lobo-ibérico (Canis lupus signatus) macho com dois anos de idade foi devolvido ontem à natureza no Parque Natural de Montesinho.
Tinha sido recolhido a 26 de Dezembro perto dos limites do Parque Natural de Montesinho, na zona do vale do Sabor, e nas proximidades da Auto Estrada A4. Foi levado nesse dia para o Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Estava muito debilitado, com uma fratura grave no osso úmero do membro esquerdo causado por atropelamento.
Este animal foi devolvido à natureza naquela área protegida, numa acção acompanhada pelo ICNF, pela equipa de médicos do Hospital Veterinário da UTAD e pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Bragança.
O lobo foi equipado com coleira emissora com tecnologia GPS que vai permitir ao ICNF segui-lo e recolher informação sobre a dispersão e readaptação ao meio selvagem.
Há 28 anos que esta é uma espécie protegida em Portugal, desde que a Lei nº90/88, de 13 de Agosto, estabeleceu pela primeira vez as bases para a proteção do lobo-ibérico. Em 2005 foi classificado com o estatuto de Em Perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal).
Sempre que preciso de me encontrar comigo, de meditar um pouco, ou ainda de resolver alguma coisa que me apoquenta, gosto de ir visitar o mar, revigora-me olhar para aquela imensidão azul; o efeito é quase sempre positivo.
Numa das últimas visitas, dei por mim a recordar os verões da minha infância e juventude passados ali mesmo, na Foz do Douro. A época balnear era religiosamente cumprida, com o aluguer de uma barraca numa das praias daquela zona, (Molhe,Castelo do Queijo, Emília Barbosa, Internacional, Allen). A que frequentava era a da Emília Barbosa onde "a barraca era armada" durante o mês de Agosto, naquela época um mês de calor intenso, onde brinquei com amigos, joguei ao prego, à bola, às escondidas e onde comecei alguns namoricos fugidios, sempre sob o olhar atento da minha Mãe que me ia seguindo os passos...
No último fim de semana de praia, toda a família almoçava na praia, ainda hoje sinto o cheiro do arroz de frango feito a preceito, que a nossa empregada doméstica preparava e nos ia levar dentro de uma cesta, como sabia bem aquela refeição com toda a gente na maior descontração; até o meu Pai aparecia para nos acompanhar e depois voltar às suas obrigações laborais.
Ao fim do dia regressávamos a casa no "16" o elétrico que nos transportava do Castelo do Queijo à Praça da Batalha.
Memórias de um tempo tão longínquo, mas que permanecerá para sempre no meu imaginário de menina feliz que fui.
Faith (Fé) é o nome de uma cadela, nascida em dezembro de 2002 num abrigo para animais dos Estados Unidos da América e que, trazendo uma atrofia nas patas dianteiras, foi rejeitada pela mãe. É fruto de uma mistura das raças chow-chow e labrador.
A cadelinha foi adotada por Reuben Stringfellow, na época com dezessete anos, que passou a cuidar dela junto com a mãe, Jude Stringfellow. Faith tornou-se bípede, uma vez que aprendeu a andar sobre as patas traseiras, ensinada pelas donas num processo que envolveu o uso de manteiga de amendoim como isca; após aprender a andar ereta ela se tornou bastante famosa após aparições no programa estadunidense The Oprah Winfrey Show
Seus músculos e articulações traseiros se adaptaram ao esforço. Faith foi levada por sua dona em várias partes do mundo, em palestras de motivação, sobretudo para soldados mutilados em batalha, sempre provocando emoções no público que a vê, alegre e saltitando.
Por seu trabalho motivacional Faith foi nomeada Sargento Honorário do Exército dos Estados Unidos da América.
A Casa Andresen, no Jardim Botânico do Porto, primeiro polo do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto vai abrir em maio, uma exposição tendo como pretexto a antecipação da inauguração da Galeria da Biodiversidade, e com base na literatura de Sophia de Mello Breyner, apresentar um espetáculo de teatro, performance, "vídeo mapping" e ... uma baleia.
Esta baleia leva-nos até ao mês de novembro de 1937. A norte de Leixões, na Praia do Paraíso, uma "Balaenoptera musculus" tinha dado à costa. As dimensões, do focinho à extremidade da cauda, o dorso cor de ardósia, a cor negra das barbatanas peitorais e das barbas não deixavam margem de dúvida, tratava-se de uma baleia azul. O animal foi arrematado por um industrial para aproveitamento do óleo e restantes despojos, tendo ficado o esqueleto à disposição do Instituto de Zoologia Dr. Augusto Nobre, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. O tratamento e preparação decorreu na Estação de Zoologia Marítima, que ficava situada na Avenida de Montevideu, na Foz.
Este é o esqueleto da baleia referido no conto "Saga", do livro Histórias da Terra e do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen. O conto fala do jovem Hans que das águas gélidas do norte da Europa, e contrariando a vontade do pai, embarca num veleiro rumo ao sul. Ancorou numa cidade de colorido intenso e sombrio, que bem poderia ser o Porto. Acolhido por um inglês, torna-se um homem de negócios e faz fortuna. Compra uma quinta que do alto de uma pequena colina descia até ao cais de saída da barra, escreve Sophia. Quinta essa, que tudo leva a crer, será a mesma onde a autora e o primo, também escritor, Ruben Andresen, terão brincado na infância. O conto será inspirado na história do bisavô de Sophia, Jann Hinrich Andresen, que veio para Portugal em meados do séc. XIX, deixando para trás a ilha de Förh, no arquipélago das Frísias. Nesta quinta existia um palacete que, em 1951, foi adquirido e entregue à Universidade do Porto. Tudo na casa era desmedidamente grande, escreve Sophia: desde os quartos de dormir onde as crianças andavam de bicicleta até ao enorme átrio para o qual davam todas as salas e no qual, como Hans dizia, se poderia armar o esqueleto da baleia que há anos repousava, empacotado em numerosos volumes, nas caves da Faculdade de Ciências por não haver lugar onde coubesse armado.
Da Faculdade de Ciências passou para o seu Museu de Zoologia, e após um trabalho de restauro e recuperação, o esqueleto da baleia ficará então de novo patente ao público naquela que será a futura Galeria da Biodiversidade.
A Casa vai ter exposições permanentes e, sendo um Centro de Ciência Viva, terá espaços interativos para todas as classes etárias. Irá também acolher atividades diversificadas dirigidas a todos os tipos de público sobre o tema da biodiversidade sempre em cruzamento com outras áreas de conhecimento, especialmente no âmbito das artes e da literatura. Mais uma valia para a nossa cidade.