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Depois dos excessos cometidos na época carnavalesca, onde quase tudo é tolerado e permitido, entramos na Quaresma, um período de quarenta dias, preparatório de jejuns e penitências para a Páscoa, tendo início na Quarta-feira de Cinzas. A semana que antecede a Páscoa é chamada de Santa, muito especial na tradição cristã ocidental. Os três dias antes da Páscoa são denominados Tríduo Pascal, Quinta, Sexta Feira Santas e Sábado Aleluia.
Páscoa deriva do grego Πάσχα (Pascha), um termo que derivou, através do aramaico, do hebraico פֶּסַח (Pesach ou Pesaḥ), um termo utilizado originalmente para designar um festival judaico comemorando o Êxodo.
Páscoa é também a passagem do Inverno para a Primavera, daí serem utilizados nesta altura, ovos de galinha, cozidos e pintados com desenhos que lembram plantações e outras figuras relacionadas à colheita. A esperança de fertilidade do solo e de abundantes colheitas são representadas com a troca dos ovos coloridos.
Os costumes pascais variam bastante entre os cristãos do mundo inteiro e incluem missas matinais, a troca do cumprimento pascal e de ovos de Páscoa, que eram, originalmente, um símbolo do túmulo vazio. Muitos outros costumes passaram a ser associados à Páscoa e são observados por cristãos e não cristãos, como a caça aos ovos, o coelho da Páscoa e a Parada. O Compasso Pascal é outra tradição cristã portuguesa, que consiste na visita casa a casa de uma paróquia, do Crucifixo de Cristo no dia de Páscoa ou na segunda feira seguinte para celebrar a sua Ressurreição.
Um pequeno grupo de paroquianos ou mordomos, com ou sem o seu pároco, liderados por um crucifixo que representa a presença de Jesus vivo, percorre várias casas de outros paroquianos no dia de Páscoa. Em cada uma das casas, após uma bênção inicial, os habitantes beijam a cruz de Cristo como demonstração de adoração.
A esta tradição associaram-se diferentes formas de receber essa visita. Ela é vista como uma forma de confraternização dos membros da comunidade paroquial com a oferta de alimentos da quadra, ou apenas uns minutos de repouso para o grupo itinerante. É também comum ofertar valores pecuniários para pagamento de eventuais direitos paroquiais. No aspeto gastronómico, há grande quantidade de pratos típicos ligados à Páscoa e que variam de região para região. Os mais usados são cabrito e borrego assados. Como sobremesas, amêndoas recheadas de chocolate, folares, pão de ló (com ou sem creme), tortas, bolos recheados de chocolate etc.
O Novo Testamento ensina que a ressurreição de Jesus, celebrada pela Páscoa, é o fundamento da fé cristã. A ressurreição estabeleceu Jesus como sendo Filho de Deus e é citada como prova de que Deus irá julgar o mundo com justiça. Deus regenerou os cristãos para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Estes, pela fé em Deus, são espiritualmente ressuscitados. O Cordeiro Pascal, é uma das refeições tradicionais judaicas durante a Páscoa. Ao re-interpretar o significado desta celebração, os cristãos identificaram Jesus como sendo o cordeiro imolado, criando o símbolo do Cordeiro de Deus.
Nesta passagem que é a Páscoa, desejo que tudo que é negativo em nossas vidas, se transforme e nos dê a alegria de a festejarmos na sua essência.
Feliz Páscoa para todos.