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Aníbal Augusto Milhais nasceu em Murça, Valongo, a 9 de Julho de 1895 e morreu a 3 de Junho de 1970, também em Murça, ficou conhecido por Soldado Milhões, o português mais condecorado da I Guerra Mundial e o único soldado português premiado com a mais alta honraria nacional, a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, no campo de batalha em vez da habitual cerimónia pública em Lisboa.
Na Batalha de La Lys a 2.ª divisão do corpo expedicionário português foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra.
No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, o Soldado Milhões.
Sozinho na sua trincheira, apenas munido de uma metralhadora Lewis, conhecida entre os lusos como a Luísa, enfrentou as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e ingleses para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o Soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médico escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
Regressado a um acampamento português, o comandante Ferreira do Amaral saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!"