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Está em exibição nos cinemas, um filme português que nos relata a história de um herói de seu nome aníbal augusto milhais, um soldado raso que combateu na I Guerra Mundial e ganhou fama quando se bateu sozinho contra os alemães para ajudar à retirada das forças aliadas. Em abril de 1918, durante a Batalha de La Lys (Flandres), cujo centenário se comemora, que os seus atos de bravura lhe valeram a mais alta condecoração militar nacional, a Ordem de Torre e Espada. Na sua terra natal, no concelho de Murça, distrito de Vila Real, todos conhecem a história do jovem analfabeto e pobre, com pouco mais de metro e meio de altura, que desobedeceu às ordens de retirada e ficou para trás, sozinho, abrigado numa trincheira, a disparar contra o inimigo, com a sua arma, a Luisa, como ficou conhecida. Durante a batalha, o soldado corria entre os vários abrigos, disparando de diferentes posições e criando a ilusão, nas tropas alemãs, de que a posição estava a ser guardada por vários militares
À quarta ofensiva, os soldados alemães decidiram contornar aquele ponto e deixaram o português para trás das linhas inimigas, onde sobreviveu durante uns dias, com umas amêndoas doces no bolso, até encontrar um oficial escocês que o ajudou a encontrar o batalhão português. Com coragem, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que permitiu a retirada de vários soldados portugueses e ingleses para as posições defensivas da retaguarda. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um médico escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército da sua pessoa e dos seus feitos. Regressado a um acampamento português, o comandante Ferreira do Amaral saudou-o, dizendo o que ficaria para a história de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!