O teatro Sá da Bandeira faz parte do meu imaginário desde sempre, quando ia, na minha adolescência, acompanhar a minha avó assistindo às revistas que nos visitavam em tournée.
A 4 de Agosto de 1855, é inaugurado como Teatro Circo, um barracão de madeira, mandado construir por D. josé ferrer catalon para a sua companhia equestre.
Em 1867 é demolido e surge outro que volta a ser substituído dez anos depois, pelo edifício que chegou até aos nossos dias. Até à abertura da rua Sá da Bandeira, em finais da década 1870, quando foi construída a sua fachada para aquela rua, o teatro tinha acesso apenas pela então rua de Santo António, por umas escadas que ainda existem. Por essa altura passou a chamar-se Teatro Circo do Príncipe Real.
Foi considerado o melhor teatro da cidade do Porto.sem contar o Teatro São João.
Ali apresentou-se em 1895, Sarah Bernhardt, com várias peças entre as quais A Dama das Camélias e Fedora; apresentado o animatógrafo do eletricista Sr. Rousby em 1896 e a 12 de novembro do mesmo ano, aurélio da paz dos reis apresentou os primeiros filmes realizados por um português.
Em outubro de 1910, uma semana depois da implantação da República, o nome de Teatro do Príncipe Real é trocado pelo de Teatro Sá da Bandeira.
Um dos seus mais notáveis empresários foi afonso taveiro, que viria a morrer de apoplexia, em plena plateia do teatro, quando dirigia o ensaio geral da revista O Dia do Juízo. Em 1909 surge o seu maior mentor, arnaldo moreira da rocha brito grande empresário deste teatro até á sua morte em 1970, completando 60 anos de gerência. Destaca-se este homem do Porto por ter sido também o primeiro arrendatário do Coliseu do Porto, tendo mantido essa gestão durante 8 anos. O Sá da Bandeira foi um dos primeiros, se não o primeiro, a usar iluminação elétrica em vez da iluminação a gás.
Em maio de 1899, quando ali se apresentou a Companhia de Teatro Nacional D. Maria II de Lisboa, os cartazes anunciantes continham a indicação de que, em todos os espetáculos, a sala e o palco eram iluminados por luz elétrica, o que proporcionava aos espectadores uma temperatura agradável
Em 23 de junho de 2017, foi anunciado que a Câmara Municipal do Porto ia comprar o Teatro Sá da Bandeira pelo preço de 2,1 milhões de euros.
Finalmente reconhece-se o mítico teatro como edifício histórico.