A Selva é sem dúvida a obra de josé maria ferreira de castro mais conhecida, publicada em 1930, autobiográfica, que conta a história de alberto, personagem principal, estudante português de direito, 26 anos de idade que, em virtude da sua ideologia política se vê obrigado a emigrar para Belém do Pará, onde morou com seu tio macedo durante algum tempo, embrenhando-se depois na floresta amazónica a fim de viver como seringueiro onde vive uma série de aventuras propiciadas pela mata virgem e pelo açodamento do sexo.
Tal como alberto, também o autor, nascido em Ossela, Oliveira de Azeméis, emigrou em condições miseráveis para o Brasil, buscando melhores condições de vida. Vendo a sua intenção falhar, restou-lhe ir trabalhar no seringal, ironicamente chamado Paraíso. Marcando a consagração literária de ferreira de castro, A Selva serviu ao autor como catarse, pelas dificuldades passadas nos quatro anos que viveu no seringal, mas sobretudo por ter testemunhado as condições desumanas a que eram sujeitos os que trabalhavam na extração de borracha na selva amazónica. Embora não seja narrado na primeira pessoa, o romance é um relato pessoal da violência, miséria e degradação humana a que estavam sujeitos os trabalhadores, escravizados por uma dívida interminável, contraída para exercer o próprio trabalho.
Esta obra, faz-nos refletir, no sentido da vida e na fragilidade da condição humana.
De origem humilde, nascido em Ossela, Oliveira de Azeméis emigrou para o Brasil onde foi em busca de melhores dias.