Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
No Dia Internacional do Cientista e da Cultura Científica, encontramos no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde um objeto que faz parte da própria investigação em Portugal, o microscópio eletrónico Siemens Elmiskop, de fabrico alemão, simboliza a história da evolução científica até aos dias de hoje. Patrocinado pela Fundação Gulbenkian, o microscópio chegou em 1964 ao então Centro de Microscopia Electrónica, que deu origem ao Centro de Citologia Experimental, mais tarde convertido no Instituto de Biologia Molecular e Celular que, numa parceria com INEB e IPATIMUP já na segunda década deste século, é uma referência a nível internacional. O microscópio eletrónico Elmiskop1A trabalhou até 1992 e tirou mais de 200.000 fotografias publicadas em muitos trabalhos.
Um eco é um som repetido, reenviado por um corpo duro devido à reflexão das ondas sonoras e é também o nome de uma jovem ninfa grega cuja infeliz história vai variando consoante os relatores entre os quais Ovídio.
Percorrendo bosques e vales, Eco era conhecida por gostar sempre de ter a última palavra em qualquer conversa em que tomasse parte. Bem-falante, adorava ouvir-se e foi punida por Hera a ter sempre a última palavra, mas não por si escolhida. Foi condenada a apenas poder falar repetindo o que outros dissessem. Eco e Narciso tiveram uma nfeliz relação. Certo dia num passeio pelo bosque, Eco ao avistar Narciso seguiu-o; por sua vez, Narciso, suspeitando de uma presença perguntou: “quem está aí?”. E ouviu: “Alguém aí?” Então, gritou novamente: “Por que foges de mim?”. E ouviu “foges de mim”. Até dizer “Juntemo-nos aqui” e ter como resposta “juntemo-nos aqui”. Toda essa repetição acabou deixando Narciso angustiado por desejar amar algo que não poderia ver. Dessa forma, Narciso entristeceu-se e foi à beira de um lago, onde, de modo surpreendente, deparou-se com sua imagem nos reflexos da água. Como nunca antes havia se olhado, pois sua mãe foi recomendada a não permitir que isso ocorresse, enamorou-se perdidamente, acreditando ser a pessoa com quem estava “dialogando”. Por isso, tentou buscar incessantemente o seu reflexo, imergindo nas águas nesse intento, mas acabou morrendo afogado. A ninfa Eco sentiu-se culpada e transformou-se em um rochedo, vivendo a emitir os últimos sons que ouve. Do fundo da lagoa, surgiu a flor que recebeu o nome de Narciso e tem as suas características.
A Igreja de São Martinho de Cedofeita, considerada a mais antiga do Porto, e cuja primitiva construção, talvez do período suevo, estará ligada à toponímica local. Segundo a lenda, o templo foi construído com tal rapidez que era referido como Cito Facta, que significa Feito Cedo, expressão que derivou em Cedofeita. Ainda que as fontes documentais sejam insuficientes para o provar, será também deste período a invocação a S. Martinho, a quem o rei suevo Teodomiro terá dedicado a igreja, após a cura do seu filho em presença das relíquias do santo. A construção hoje existente foi alvo de sucessivas transformações ao longo dos séculos, mas a sua fase plenamente românica data da viragem para o século XIII. Assume grande importância no contexto da História da arte, ao ser um dos primeiros monumentos românicos do Norte a repetir o formulário escultórico e iconográfico coimbrão. Desde 1910, a Igreja é Monumento Nacional. Na semana em que se revivem as tradições de S. Martinho parece pertinente focar este tema.
Apesar do tempo chuvoso que se faz sentir, desejo a todos os amigos um dia de S. Martinho bem quentinho.