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Mais um ícone da nossa cidade vai ser destruído para em seu lugar se construir um hotel, mais um.
A Adega São Martinho, na rua D. João IV, 46 anos de existência, rústica, um local que transmitia o verdadeiro sentimento de tasca onde ia muita gente petiscar. Sem especialidades próprias, Teresinha, a dona, explica que as pessoas apreciavam petiscos como as pataniscas e o chispe acompanhados pelas canecas de tinto Em 2007 foi eleita amelhor tasca do Porto .
No seu interior havia uma curiosidade; numa porta que não era utilizada fez-se um mealheiro onde os fregueses se lembraram de fazer um mealheiro. Iam-se 'botando' as moedas durante o ano e, depois, uma semana antes do São João e outra antes do Natal abria-se e cada qual vinha buscar o seu, explica a dona, de novo.
Tudo se discutia na típica adega, o desastre, o incêndio, as tricas da vizinhança e mesmo os estudantes universitários, por ali passavam deixando a sua alegria juvenil.
Parafraseando Camões, "mudam-se os tempos, muda-se a vontade".
Visitei no Museu Romântico uma coleção de estojos de viagem que nos remete para uma das práticas que as famílias abastadas do séc.XIX mais apreciavam, as viagens; essa realidade leva ao aparecimento de um conjunto de objetos utilitários e portáteis, como os estojos de viagem ou nécessaires.
Nessas deslocações utilizavam sofisticadas e requintadas maletas desde os modelos mais simples e sóbrios aos mais luxuosos, onde transportavam os seus produtos de higiene a par com os mais variados objetos, joalharia, costura, escrita, alimentação, fumo ou até material médico ou científico
Os homens desta época sofisticada e chique, eram chamadas "dandys" tão bem retratados nas obras de Almeida Garrett.
Uma viagem a não perder.