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Sexta-feira, 22.03.19

Companheira - Pedro Barroso

    Deixei pousar minha boca em tua fronte 
    toquei-te a pele como se fosses harpa 
    escorreguei em teu ventre como o vento 
    e atravessei-te em mim como se fosse farpa
    Deixei crescer uma vontade devagar 
    deixei crescer no peito um infinito 
    morri da morte lenta do desejo 
    e em cada beijo abafei um grito
    Quando desfolho o livro velho da memória 
    sinto que o tempo passado à tua beira 
    é um espaço bom que há na minha história 
    e foi bonito ter dito companheira
    Inventei mil paisagens no teu peito 
    rebentei de loucura e fantasia 
    quando me olhavas devagar com esse jeito 
    e eu descobri tanta coisa que não via
    Havia em ti uma forma grande de incerteza 
    que conseguias converter em alegria 
    havia em ti um mar salgado de beleza 
    que me faz sentir saudades em cada dia
    Quando desfolho o livro velho da memória 
    sinto que o tempo passado à tua beira 
    é um espaço bom que há na minha história 
    e foi bonito ter dito companheira

 

   Um dos mais belos poemas de amor, cantado em português.


 

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por palavrasesentidos às 23:28


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