Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nasceu a 14 de Novembro de 1887, em Manhufe, concelho de Amarante e morreu a 25 de Outubro de 1918 em Espinho, vitimado pela febre pneumónica, tão usual na época.
É pioneiro da pintura modernista do princípio do século XX. Em 1905 matriculou-se em Arquitetura, em Lisboa, mas quando partiu para Paris, no ano seguinte, escolheu a pintura. Realizou a primeira exposição no seu atelier juntamente com o pintor italiano Modigliani, de quem se tornou amigo, bem como Robert Delaunay, Juan Gris e Max Jacob, entre outros.
Expõe em Berlim, publica o álbum XX Dessins, ilustra o manuscrito de La légende, de Flaubert, e em 1913 é selecionado para participar na exposição que dá a conhecer o modernismo europeu aos Estados Unidos - o Armory Show. Amadeo incorpora na sua pintura elementos das novas tendências, o expressionismo, cubismo, futurismo, abstracionismo, bem como elementos da arte africana, da tapeçaria oriental, da iluminura, da ilustração. Do cubismo passa para o expressionismo alemão em Máscara de Olho Verde (1914).
Durante a Primeira Grande Guerra refugiou-se em Amarante. A presença de Sonia e Robert Delaunay, em Vila do Conde, a contemporaneidade do movimento do Orpheu e do Futurismo, de artistas como Eduardo Viana, Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor, criaram um momento especial na pintura portuguesa desses anos conturbados. Na pintura o Cristo Vermelho, de 1918, e nos últimos quadros, sintetiza as várias estéticas que utilizou, integrando elementos picturais da imagística popular.
O Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, vai recriar a única exposição de Amadeo de Souza Cardoso, a par de um ciclo de conferências dedicadas a Amadeo para festejar a efeméride, que decorreu em 1916, nos jardins de Passos Manuel no Porto. Foi totalmente feita e organizada pelo pintor nos mais ínfimos pormenores.
Foi neste contexto que Almada Negreiros escreveu, num manifesto de apoio à mostra de 1916, que "a Descoberta do Caminho Marítimo p'rá Índia é menos importante do que a Exposição de Amadeo de Souza Cardoso na Liga Naval de Lisboa".
Das obras expostas no Porto há 100 anos, vão estar aproximadamente 70% das obras identificadas a partir dos catálogos originais.
A exposição vai procurar articular a pintura com os espaços expositivos, o Jardim Passos Manuel, que foi demolido e deu lugar ao Coliseu do Porto, e a Liga Naval de Lisboa, palácio Calhariz-Palmela, no largo Calhariz, atualmente uma agência da Caixa Geral de Depósitos.