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Naquela noite chuvosa de Inverno, como aliás era hábito fazer, a avó contava à neta a história de uma menina rica que se apaixonou por um rapaz da aldeia, pobre.
Brincavam juntos e entre os dois nasceu uma profunda amizade que, alguns anos volvidos, se transformou em amor; não queriam nem sabiam estar longe um do outro.
Quando os pais da menina se aperceberam do amor que os unia logo trataram de os separar, mandando-a para bem longe.
O rapaz cresceu e com ele a saudade da sua amada que ficou para sempre gravada no seu coração.
Em adulto foi trabalhar para o estrangeiro onde ganhou muito dinheiro e uma boa posição social. De regresso à aldeia natal, logo quis saber da menina que fora sua companheira de infância e como resposta foi-lhe dito que casara e já lá não vivia há muito.
De coração partido, voltou para França e por lá ficou, uma vez que nada nem ninguém o prendia à terra que fora seu berço.
Vinte anos depois a menina regressa após a morte dos pais, viúva e com um filho.
Também ela quis saber do seu amor e foi informada do que tinha sucedido.
Desiludida e triste, por mais uma vez, o amor lhe ter escapado, começa uma vida nova que dedica ao filho na totalidade.
Alguns anos antes, quando a neta fez dezoito anos e, porque esta história que a avó lhe havia contado jamais lhe saiu da memória, perguntou-lhe se a sua própria vida estava ali retratada.
A avó sorriu com o seu ar doce, misturado com o enigmático olhar deixando no ar a dúvida...