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Património da Humanidade, no cimo de uma escarpa da serra do Pilar sobre o rio Douro, em frente à cidade do Porto, encontra-se o Mosteiro que começou a ser construído em 1538, projeto da autoria de Diogo de Castilho e João de Ruão, tendo terminado por volta de 1670, devido a problemas financeiros dos monges e a situação política da altura, o reino de Portugal que passou para o domínio de Espanha. Este facto é visível na santa padroeira do mosteiro, Nossa Senhora do Pilar, santa espanhola. Foi criado para albergar os frades agostinhos do Mosteiro de Grijó. Mais tarde, durante a guerra, com os ataques que sofreu, ficou em ruínas até que em 1834, com a criação da Real Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, e posteriormente do grupo de amigos do Mosteiro da Serra do Pilar, em 1925, se recuperou o conjunto museológico. A igreja de planta circular, é uma réplica da igreja de Santa Maria Redonda, em Roma, com a abóbada rodeada por um varandim, o claustro também é circular, com 36 colunas jónicas, único exemplar em Portugal. No interior, são de salientar as esculturas de madeira policromada, setecentistas, de Santa Eulália, Santa Apolónia e Santo Agostinho.
Os 100 degraus que conduzem ao zimbório e à varanda de 360.º que rodeia a cúpula redonda da igreja, sendo os últimos 53 degraus uma escada em caracol, levam também às vistas naravilhosas de toda a marginal ribeirinha do Porto e Gaia até à Ponte da Arrábida, o centro histórico com destaque para a Sé Catedral e Ponte D. Luis I. Na direcção oposta avista-se a zona das Fontainhas e a Ponte de S. João.
Durante as invasões francesas, em 1809, o mosteiro foi ocupado pelas tropas de Wellington, onde planearam o ataque à cidade do Porto.
Em 1832, durante o Cerco do Porto, foi reconhecido o valor militar do local e o convento foi transformado num ponto de resistência das tropas liberais de D Pedro IV, que defenderam a cidade das forças absolutistas de D. Miguel.
No início do século XX, tornou-se numa caserna militar e está atualmente sob a responsabilidade do Regimento da Artilharia da Serra do Pilar.
Está em estudo eventuais intervenções a realizar num ícone do Património Industrial Mundial, classificado pela UNESCO, e integrado na recente denominação “Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro Serra do Pilar” aprovada por esta organização. Pretende-se ainda discutir eventuais alternativas em termos de travessia do Rio Douro, que possam responder ao aumento do fluxo de pessoas entre margens e ao impacto do turismo.