Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Quando envelhecemos, ficamos mais vulneráveis e as saudades vão acontecendo e aparecendo uma a uma.
Hoje vou homenagear Francisco da Silva Gouveia, meu tio-avô, de quem, desde muito pequena, me habituei a ouvir falar pelo seu talento de escultor e desenhador.
Nasceu na Rua dos Ingleses, no Porto, filho de abastado comerciante da Rua de São João. Desde cedo mostrou interesse pelo desenho. Por influência do tio Caetano Pinho da Silva, já que o pai não queria, foi para a Academia Portuense de Belas Artes. Terminado o curso, foi para Paris onde foi discípulo de Auguste Rodin, entre outros, na Academia Julien e Calaron.
Autor de várias esculturas, sendo a mais conhecida a de Eça de Queiroz, que se tornou célebre fez dele um talento da escultura no seu tempo. Fez a partir daí uma série de exposições individuais.
Guardei até há pouco tempo essa estátua, bem como vários quadros com desenhos da sua autoria e esboços a lápis.
Recebeu na Grande Exposição Universal de Paris, a medalha de prata sendo agraciado pelo Rei D. Carlos com a Ordem de Santiago de Espada em 1900.
Casou, em Paris com Claire Jeancourt, na Igreja de Notre Dame de Champs, tendo como madrinha a Duquesa de Palmela.
Por volta dos meus sete anos de idade tive o grato prazer de os visitar com o meu Pai e conhecê-los pessoalmente. Ficou-me guardada na memória a suite que eles tinham na Ordem repleta de desenhos e obras de arte e um piano onde a Tia Clara tocava, pois também ela era uma grande artista.
Faleceu a 28 de Dezembro de 1951, no Hospital dos Terceiros do Carmo, no Porto.