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Como sou antiga, meu Deus!!!! ainda permanecem na minha memória os elétricos da minha infância e adolescência, como eram simpáticos e românticos os "amarelos" como eram conhecidos, na gíria, os elétricos no Porto.
A rede de eléctricos, existe desde 1895, e é explorada pelos STCP.
Este meio de transporte é constituído por duas plataformas, a da frente e a de trás, separadas pelo corpo do veículo com duas filas de assentos, que são viradas em sentido contrário no fim da linha.
Na plataforma dianteira, encontra-se o guarda freio que conduz o elétrico manualmente numa espécie de leme metálico que vai girando para as manobras de condução.
O elétrico passeava-se pelas ruas, enquanto o seu som tão caraterístico, "tim-tim" se fazia ouvir ao passar, como que a chamar os passageiros.
O cobrador, devidamente fardado e com uma saca castanha a tiracolo, ia vendendo os bilhetes, de várias cores conforme as zonas, branco, azul, amarelo, lilás e preços que variavam com os percursos a fazer, obliterando-os com um alicate que geralmente lhe pendia dos dedos, e algumas vezes para fazer andar o elétrico, batia com o alicate nas pegas metálicas dos assentos que serviam para os passageiros se agarrarem. Este "pica" como também era conhecido, está hoje lembrado na belíssima canção do antónio zambujo, o pica do 7, que tão bem o retrata.
Recordo 4 linhas que eram as mais usadas por mim, geralmente no tempo da praia:
1 - Matosinhos (via marginal)
15 - Antas
16 - Matosinhos
17 - Foz
entrava numa paragem que se situava na praça da batalha e saía onde hoje fica a famosa rede, anémona, em matosinhos.
No final do dia era vê-los alinhadinhos na estação de recolha da boavista, onde hoje se encontra a casa da música, para recomeçar tudo no dia seguinte.
Os exemplares mais antigos e objetos relacionados, podem visitar-se no museu do carro elétrico em massarelos.
Hoje em dia, ainda há algumas linhas a funcionar, essencialmente para servir os turistas que nos visitam; não é "para inglês ver" mas "para passear".